A ideia de criar hábitos saudáveis parece simples: praticar exercícios, se alimentar melhor, meditar, dormir cedo.
Mas, na prática, sustentar esses comportamentos no dia a dia é um dos grandes desafios da nossa rotina moderna.
Se você sente dificuldade em manter hábitos que gostaria de ter, saiba que isso não é falta de força de vontade. Há fatores psicológicos e fisiológicos que tornam esse processo mais complexo do que parece.
Um hábito se forma quando um comportamento é repetido em um contexto específico até se tornar automático, ou seja, até ser realizado com baixo custo cognitivo — sem exigir esforço consciente.
Comportamentos prejudiciais, como rolar o feed do celular por horas, se consolidam mais rapidamente porque oferecem recompensas imediatas, como alívio emocional ou prazer rápido.
Já os hábitos saudáveis geralmente exigem:
▸ Esforço inicial
▸ Planejamento
▸ Persistência
▸ Tolerância à recompensa tardia
Isso torna a manutenção mais difícil, especialmente nas fases iniciais de construção.
Hábitos como se exercitar, cozinhar em casa ou praticar mindfulness envolvem funções executivas do cérebro, como:
▸ Atenção sustentada
▸ Controle inibitório
▸ Regulação emocional
Quando estamos cansados, ansiosos ou sobrecarregados, essas funções ficam prejudicadas.
O cérebro, tentando poupar energia, evita comportamentos que demandam esforço deliberado.
Além disso, os benefícios dos hábitos saudáveis são cumulativos e de longo prazo. Ou seja:
▸ Não oferecem recompensa instantânea
▸ Reduzem a sensação de “prazer imediato”
▸ Podem gerar desmotivação nos primeiros passos
Esse contexto torna natural a dificuldade inicial — mas também abre espaço para trabalhar estratégias mais inteligentes e acolhedoras.
Aqui estão alguns pontos importantes:
Tornar o comportamento mais acessível:
Exemplo: deixar a roupa de treino separada no dia anterior.
Por exemplo: meditar 5 minutos depois de escovar os dentes.
Reconhecer progressos reforça a motivação e ajuda a sustentar a prática.
Entender que nem todo dia será perfeito, e que constância importa mais do que intensidade.
A autocrítica exagerada dificulta o aprendizado de novos comportamentos.
A autocompaixão cria um ambiente interno mais favorável à mudança.
Criar hábitos saudáveis não é sobre disciplina extrema ou força de vontade infinita.
É sobre construir, aos poucos, uma estrutura emocional, ambiental e cognitiva que favoreça esses novos caminhos.
A terapia pode ajudar muito nesse processo, trabalhando a:
▸ Consciência dos padrões de comportamento
▸ Construção de estratégias personalizadas
▸ Fortalecimento da motivação e da autocompaixão
Você não precisa fazer tudo perfeito. Precisa apenas continuar, no seu tempo, com gentileza e presença.
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